Muitas pessoas relatam ir ao psicólogo para “desabafar” ou porque estão precisando “conversar”. Também se diz popularmente coisas como “minha terapia são as aulas de arte” ou “minha terapia é o futebol”. Mas qual é a diferença entre conversar com um amigo e conversar com um psicólogo? Entre fazer uma atividade prazerosa e fazer psicoterapia? Bem, a primeira diferença é que a psicoterapia é um processo baseado em técnicas científicas que tem como objetivo ampliar nossa capacidade de compreender as experiências, perceber melhor nossos sentimentos, relacionar diferentes momentos de nossa vida e perceber como nosso passado está influenciando nas atitudes do presente, perceber com mais clareza os significados e sentimentos presentes nas relações e na situação que estamos vivendo, melhorar nossa capacidade de estudo e atenção, entre muitas outras coisas.
Para fazer tudo isso, o psicólogo, após ouvir o paciente, faz uma análise dos diversos aspectos que ele relatou e, a partir desse estudo baseia-se em teorias e técnicas científicas para criar metodologias e práticas que ajudem o paciente a trabalhar os aspectos que estão se mostrando difíceis na situação que ele está vivendo. Assim, o objetivo da psicoterapia é auxiliar tanto na superação de bloqueios emocionais, cognitivos, relacionais quanto no nosso amadurecimento como um todo e na ampliação de nossos horizontes para que sejamos cada vez mais capazes de fazer frente às dificuldades que enfrentamos em nosso processo de vida. Como todos nós temos problemas, todos nós podemos nos beneficiar da psicoterapia em algum momento, pois ela nos ajudará a desenvolver mais e melhores recursos para lidar com nossas dificuldades.
    Algumas metodologias utilizadas pelo psicólogo são a avaliação psicológica, as diversas formas de análise clínica (como a daseinsanalyse e a psicanálise), o psicodrama, as visitas domiciliares e escolares quando é o caso, a ludoterapia, entre outros. Há diversos trabalhos científicos sobre avaliação psicológica. Eles abrangem diversas áreas, como a personalidade, a capacidade de raciocínio, a atenção, entre outros. Há também diversas metodologias terapêuticas, que são utilizadas conforme a abordagem de trabalho e a necessidade do paciente. Visitas escolares ou domiciliares, por exemplo, são mais utilizadas quando há um problema específico que exige conhecer melhor o ambiente de alguém, especialmente das crianças.
    Como existem diversos aspectos a serem considerados na compreensão do problema e técnicas diferentes, mais ou menos apropriadas para cada caso, é necessária uma condução do processo por um profissional qualificado. É por isso que a faculdade de psicologia necessita de cinco anos de formação e muitos profissionais realizam alguma forma de especialização posterior.